O Relógio Contemporâneo

O tempo se dá, com o mover do relógio
Que mostra quanto o tempo é forte
Assim quando o vejo, me encho de ódio
Inventaram nada menos que um lembrete da morte

Nele vemos a engrenagem do sistema moderno
Pois enquanto um ponteiro devagar trabalha
O outro é obrigado a se dispor eterno
Sessenta vezes mais, uma rotina que não falha

As três classes então prosseguem sua vida,
A hora com seu luxo, que todos a percebem,
No minuto que a acompanha, e controla em seguida,
Os segundos que ninguém nota, e só lixo recebem

Se pararmos pra pensar, até o ajuste é injusto.
Pois ao rotacionar, os segundos ficam parados
Assistindo aos seus gerentes controlarem a todo custo
O tempo que eles próprios ficaram sentenciados

Mas quando a pilha acaba, não há quase distinção
Todos ponteiros param, seja superior ou não
Mas um único ponteiro tenta achar forças e uma razão
E nunca morre ali, pois é a segunda chance, um segundo são.

Por Marcos Vinicius de Moraes
Conteúdo autêntico de Marcos Vinicius de Moraes | Brazil, Ribeirão Claro - PR.

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